LINHA DO

TEMPO

CRONOLOGIA APRESENTADA NO LIVRO WALTER DA SILVEIRA E O CINEMA MODERNO NO BRASIL

Nogueira, Cyntia [org.]. EDUFBA, 2020.

1915
1915
1915

Nasce no dia 22 de julho, em Salvador.

1928
1928
1928

Inicia colaboração com o jornal O Imparcial, escrevendo notas e comentários sem assinatura sobre filmes em cartaz, nas colunas Teatros & Cinemas e Panorama. Participa do movimento literário Academia dos Rebeldes, que defende “uma arte moderna, sem ser modernista”, ao lado, entre outros, de Jorge Amado e Edison Carneiro.

1931
1931
1931

Ingressa na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

1934
1934
1934

Entra para a Juventude Comunista.

1935
1935
1935

Forma-se em Direito. Adere à Aliança Nacional Libertadora e cria a Frente Única Juvenil contra o Fascismo.

1936
1936
1936

Publica o artigo “O novo sentido da arte de Chaplin, a propósito de Tempos modernos”, no jornal da Associação Universitária da Bahia.

1938
1938
1938

Passa a atuar como juiz no interior da Bahia. Publica o livro de poemas Amargura. Colabora com as revistas Seiva e Flama, entre outras.

1943
1943

Publica os artigos “Esta é hora do cinema nacional” e “Valor do cinema como arte”, no jornal O Imparcial. Inicia duradoura colaboração com o jornal Diário de Notícias, para onde transfere a coluna Panorama. Realiza sua primeira conferência sobre cinema, a convite da União dos Estudantes da Bahia, com o título “Cinema: arte contemporânea”. É um dos fundadores da Associação Brasileira de Escritores – Seção Bahia.

1944
1944

Realiza a palestra inaugural da primeira Exposição de Arte Moderna em Salvador. Organizada pelo escritor Jorge Amado, pelo gravador e pintor paulista Manoel Martins e pelo jornalista e colecionador pernambucano Odorico Tavares, diretor dos Diários Associados na Bahia desde 1942, a mostra enfrenta forte resistência do público e da crítica.

1945
1945
1945

Entra no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Escreve a seção de cinema para o jornal comunista O Momento. Abandona a carreira de juiz. Advoga na Justiça do Trabalho.

1946
1946

Atua como advogado popular em Alagados, na Cidade Baixa. Candidata-se a deputado estadual pelo PCB.

1949
1949

Inicia colaboração com a revista modernista Caderno da Bahia [1949-1951], escrevendo a seção de cinema.

1950
1950

Funda, com Carlos Coqueijo da Costa, o Clube de Cinema da Bahia, que tem sessão inaugural no dia 27 de junho, no Auditório da Secretaria de Educação e Saúde da Bahia, atual Museu de Arte da Bahia (MAB), na Vitória. A exibição conta com o apoio do cineasta Alexandre Robatto, que faz a coordenação técnica da projeção em 35 mm. Na semana seguinte, o Clube passa a funcionar no cinema Glória e, depois, no Liceu, nas manhãs de domingo.

1951
1951
1951

Organiza o I Festival de Cinema da Bahia, de 28 de abril a 6 de maio, no cinema Liceu e no Cine-Teatro Guarani, com conferências dos críticos Vinícius de Moraes, Alex Viany, Alípio de Barros, Salvyano Cavalcanti de Paiva e do cineasta Alberto Cavalcanti. Participa, com Alex Viany, do IV Congresso Brasileiro de Escritores, de 25 a 30 de setembro, em Porto Alegre, onde aprovam moção de apoio à realização do I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro. Inicia colaboração com o jornal A Tarde.

1952
1952
1952

Participa do I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro, de 22 a 28 de setembro, no Rio de Janeiro, onde apresenta a tese “A crítica como fator de desenvolvimento do cinema brasileiro”, destacando-se como relator-geral do evento. Elabora, com o cineasta Alexandre Robatto, entre outros integrantes da Comissão de Cinema Educativo,o Plano de Cinema Educativo, para a Prefeitura de Salvador.

1953
1953

Participa do II Congresso Nacional do Cinema Brasileiro, de 12 a 20 de dezembro, em São Paulo, como um dos vice-presidentes. O estudante e cineclubista Guido Araújo muda-se para o Rio de Janeiro e atua como continuísta de Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, que é censurado.

1955
1955

São realizadas no início do ano as filmagens do curtametragem Ana, com direção de Alex Viany, argumento de Jorge Amado, roteiro de Trigueirinho Neto e Alberto Cavalcanti, nos municípios de Feira de Santana, Monte Santo, Cocorobó e Canudos. É um dos cinco episódios do filme A rosa dos ventos (1957), rodado em cinco países, com co-direção de Cavalcanti e produção da Alemanha Oriental, para o Congresso da Federação Internacional das Mulheres Democráticas. O Cine-Teatro Guarani é reinaugurado, com tela cinemascope e murais de Carybé. Walter da Silveira publica o artigo “CineTeatro Guarani. Sua origem, evolução e atualidade. 1919-1955” e organiza exibição histórica de Rio, 40 graus (1955).

1956
1956
1956

Inicia o processo de ruptura com o PCB, após a divulgação do Relatório Kruschev, sobre os crimes de Stálin.

1957
1957

Integra a delegação brasileira do Festival Mundial da Juventude, em Moscou, na União Soviética. Rompe definitivamente com o PCB.

1959
1959

Participa, com os críticos cineclubistas Hamilton Correia e Glauber Rocha, da I Jornada dos Cineclubes Brasileiros, organizada pela Cinemateca Brasileira, de 24 a 26 de janeiro, em São Paulo, onde conhece pessoalmente Paulo Emílio Sales Gomes. Em 8 de março, organiza o lançamento dos curtas-metragens Pátio, de Glauber Rocha, e Um dia na Rampa, de Luiz Paulino dos Santos. No mesmo ano, Trigueirinho Neto realiza, em Salvador e Cachoeira, o longa-metragem Bahia de Todos os Santos (1960), com apoio do grupo ligado ao Clube de Cinema. Assume, como suplente, o mandato de deputado estadual pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). É autor do projeto de lei que cria o Museu de Arte Moderna da Bahia, redigindo seu estatuto e regimento interno.

1960
1960
1960

Publica o artigo “Os primeiros 25 anos do cinema na Bahia”, em 6 de março, no jornal Diário de Notícias. Participa, com Hamilton Correia e Orlando Senna, da I Convenção Nacional da Crítica Cinematográfica, organizada pela Cinemateca Brasileira, de 12 a 15 de novembro, em São Paulo, como vicepresidente. Apresenta as teses “O papel vanguardista da crítica cinematográfica no Brasil” e “Da necessidade de uma revista nacional de crítica cinematográfica”. Lança o livro A importância de ser juiz e atua como advogado trabalhista de diversos sindicatos, incluindo o dos exibidores cinematográficos.

1961
1961
1961

Participa, como figurante, do filme A grande feira (1961), de Roberto Pires, e, no papel do bispo, de O pagador de promessas (1962), de Anselmo Duarte. Organiza, em parceria com Lina Bo Bardi, sessões do Clube de Cinema no Auditório do Museu de Arte Moderna da Bahia, instalado provisoriamente no foyer do Teatro Castro Alves, após o incêndio. É mediador do célebre debate da mostra Homenagem ao Documentário Brasileiro, com curadoria de Jean-Claude Bernardet e participação de Glauber Rocha, durante a VI Bienal de São Paulo. Passa a integrar o Conselho da Cinemateca Brasileira. Inicia colaboração com as revistas Anhembi, de São Paulo; Temário, do Rio de Janeiro; Revista de Cultura Cinematográfica, de Minas Gerais; e Celulóide, de Portugal.

1962
1962
1962

Realiza, de 10 a 14 de fevereiro, em Salvador, o Primeiro Estágio para Dirigentes de Cineclubes, com a participação de Alex Viany, Paulo Emílio Sales Gomes, Jean-Claude Bernardet, com o objetivo de discutir a obra de Humberto Mauro, exibida em Salvador pela primeira vez. Participa, como convidado oficial, dos festivais de Cannes (França), Sestri Levante (Itália) e Karlovy Vary (Thecoslováquia), testemunhando a consagração internacional de O pagador de promessas, de Anselmo Duarte, que recebe a Palma de Ouro em Cannes, e de Barravento (1962), de Glauber Rocha, premiado em Karlovy Vary, mesmo festival que conferiu a Rio, 40 graus (1955), em 1956, o Prêmio Jovem Talento. Em Sestri Levante, representa a Cinemateca Brasileira na III Resenha do Cinema Latino-Americano, que premia o curta-metragem Couro de gato (1962), de Joaquim Pedro de Andrade.

1963
1963
1963

Realiza a conferência “Cinema no Brasil e na Bahia”, durante a Semana Cinema e Desenvolvimento, realizada em Salvador, de 5 a 10 de agosto, no Auditório da Escola de Teatro e no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia. Participam do evento, também, os conferencistas Guido Logger, Flores Ammannati, Paulo Emílio Sales Gomes, Humberto Didonet e A. Fávaro.

1965
1965

Organiza, em Salvador, de 6 a 13 de fevereiro, a V Jornada Nacional de Cineclubes e o I Festival Brasileiro de Filme de Curta-Metragem. O Clube de Cinema abandona o sistema de sócios e passa a programar a sessão Cinema de Arte da Bahia, aos sábados pela manhã, inicialmente no Liceu e, depois, no Guarani. Publica o artigo “Um filme de transição”, no livro Deus e o diabo na terra do sol, sobre o filme de Glauber Rocha.

1966
1966
1966

Entra para a Academia de Letras da Bahia. Publica o livro Fronteiras do cinema.

1967
1967
1967

Participa, como convidado oficial, do Festival de Berlim. Integra o Júri do III Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O Clube de Cinema da Bahia passa a programar o Cinema de Arte da Bahia em sessões diárias e regulares no cinema Popular, reinaugurado com exibição de Terra em transe (1967), de Glauber Rocha.

1968
1968
1968

Ministra aulas de História e Estética no curso livre de cinema, com duração de um ano, oferecido pelo Grupo Experimental de Cinema (GEC), projeto de extensão da Universidade Federal da Bahia. Divide as aulas com Guido Araújo, que tendo retornado a Salvador no final de 1967, assume a disciplina de Teoria e Prática. Participam do curso, entre outros, José Umberto Dias, André Luiz de Oliveira, Walter Lima, José Frazão, André Setaro, Geraldo Machado e Jairo Farias Góes. Programa as sessões do Cinema Universitário, realizadas aos sábados à noite, no salão nobre da Reitoria.

1969
1969

Cria a editoria de crítica de cinema do jornal Tribuna da Bahia, formada também por Hamilton Correia, Guido Araújo, Jairo Farias Góes, Geraldo Machado e José Umberto Dias. Participa do Júri do V Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

1970
1970
1970

Lança Imagem e Roteiro de Charles Chaplin. Morre em 5 de novembro, de câncer renal, deixando inacabado o livro A História do Cinema Vista da Província [1978], publicado postumamente, com organização de José Umberto Dias.