DEPOIMENTOS

A ação plural de Walter da Silveira permitiu a formação de uma cultura cinematográfica baiana com sólidas bases. A fundação do Clube de Cinema da Bahia, em 1950, possibilitou que gerações inteiras tivessem contato com obras antigas, clássicas e modernas do cinema mundial. Tal desprovincianização favoreceu o salto qualitativo do cinema local, que produziu obras expressivas como Barravento (1961), de Glauber Rocha, e A grande feira (1961), de Roberto Pires. Walter da Silveira foi o principal artífice da rede de personalidades, instituições e obras fundamentais que compõem o cinema moderno baiano. Os depoimentos que seguem testemunham esse legado. 

 

KÁTIA DA SILVEIRA ANDRADE

Kátia da Silveira Andrade é filha de Ivani e Walter da Silveira. Junto com sua irmã Tânia, trabalhou na preservação do acervo e memória do pai, a exemplo da organização do livro Walter da Silveira: o eterno e o efêmero (2006), com José Umberto Dias.

WALTER LIMA

José Walter Lima cineasta, produtor e artista plástico. Participou da fundação do Grupo Experimental de Cinema da Bahia, em 1965. Nos anos de 1970, dirigiu filmes e produziu shows de grandes artistas da música brasileira. Seu filme mais recente é Rogério Duarte: O Tropikaoslista (2018).

EUCLIDES SANTOS MENDES

Euclides Santos Mendes doutor pelo Instituto de Artes da Unicamp. Mestre em pela ECA-USP. Cursou o European Master of Arts in Media, Communication and Cultural Studies, na Università degli Studi di Firenze, Itália, e na Roskilde Universitet, Dinamarca, com bolsa de estudos do Programa Erasmus Mundus.

ROQUE ARAÚJO

Roque Araújo é técnico do cinema moderno baiano, ligado principalmente a filmes de Glauber Rocha. Reconhecido pelo seu trabalho em defesa da memória do cinema brasileiro, fundou o IRA – Instituto Roque Araújo -, situado em Cachoeira-BA. Dirigiu Glauber Rocha em defesa do cinema brasileiro (2012).

ORLANDO SENNA

Orlando Senna é cineasta, escritor e jornalista, participou do moderno ciclo cinematográfico baiano, coordenou a Escuela Internacional de Cine y TV – San Antonio de Los Baños, em Cuba, foi Secretário do Audiovisual (2003-2007), dirigiu – com Jorge Bodanzky – Iracema, uma Transa Amazônica (1974).

SANTE SCALDAFERRI

Sante Scaldaferri é artista plástico, cenógrafo e ator, tendo participado ativamente no movimento de cultura cinematográfica baiano. Como ator, participou de filmes emblemáticos: A Grande feira (1961), O Dragão da maldade contra o Santo Guerreiro (1969).

BRAGA NETO

Braga Neto é produtor e cineclubista baiano, agente decisivo para a eclosão do moderno ciclo cinematográfico baiano. Participou da produção de diversos filmes, entre eles Barravento (1961), A Grande Feira (1961), Crime no Sacopã (1963), Tocaia no asfalto (1963), entre outros.

JOSÉ ARARIPE JR.

José Araripe Jr. é cineasta e roteirista, fundador do Cineclube Olney São Paulo. No final do anos 70, fez parte do grupo Lumbra Cinematográfica, com os cineastas Pola Ribeiro, Edgard Navarro e Fernando Belens. É autor do longa-metragem Esses Moços (2007).

OSCAR SANTANA

Oscar Santana é produtor, diretor e roteirista baiano, acompanhou de perto as atividades do Clube de Cinema da Bahia. Responsável por produções populares como os longas-metragens O Caipora (1964) e Pistoleiros (1975), assim como o curta-metragem Caetanave (1972).

ANTONIO PITANGA

Antonio Pitanga ator e diretor, com presença em filmes fundamentais do cinema moderno brasileiro, tais como: Bahia de Todos os Santos (1961), A grande feira (1961), O pagador de promessas (1961), Tocaia no asfalto (1963), Ganga Zumba (1963). Sua formação cinematográfica se liga ao Clube de Cinema da Bahia.

JOSE UMBERTO

José Umberto Dias cineasta, crítico de cinema e dramaturgo, organizou a edição póstuma de A História do Cinema vista da Província (1978) e as obras completas de Walter da Silveira “O eterno e o efêmero”. Autor do romance Dada (1978), sobre a famosa cangaceira. Autor do curta-metragem Revoada (2009).